domingo, agosto 21, 2005

Auto Respeito

Falei em um post de alguns dias atrás que eu tenho a tolerância baixa a bolos e desencontros. Do jeito que eu escrevi antes pode haver uma ambigüidade na interpretação. Vou explicar. Todos nós, homens, sabemos que o poder de decisão sobre o futuro de um relacionamento, por menor que ele seja, cabe à mulher. Somos nós que perguntamos se elas querem ficar, ir para o motel, namorar ou mesmo casar conosco. Cabe às doces moças responder-nos e cabe a nós torcer para que tudo corra como nós planejamos. Não questiono isso, acho isso justíssimo e já expus aqui no blog os argumentos que sustentam a minha última afirmação. Porém, isso não dá margem para que mulheres façam de nós, pobres homens, gato e sapato. Existe uma coisa pela qual eu zelo que se chama respeito. Obviamente é muito importante que você seja respeitado por outras pessoas. Uma pessoa sem o respeito alheio é como aquela fatia de banana que você coloca na vitamina: pode começar no topo, mas uma hora a espiral assassina vai puxá-la para a lâmina e então não restará nada que a identifique como fruta novamente. Mas eu considero ainda mais importante o respeito próprio, mais até que o respeito alheio. E o respeito próprio é uma coisa que nasce com o homem. É ele que, por exemplo, o faz entrar em brigas na escola contra meninos maiores que você, mesmo sabendo que existe uma probabilidade de 95% de levar uma grande surra. Recuar em uma briga dessas seria aceitável aos olhos dos outros, você provavelmente não perderia o respeito alheio. Mas nós homens tomamos atitudes como essas para nos tornarmos aptos a deitar a cabeça no travesseiro e não nos sentirmos como lixo. Eu não sou muito de brigas escolares, mas já entrei em brigas sabendo que iria apanhar e não deu outra. Mas mesmo apanhando, consegui deitar o meu olho roxo no travesseiro e sentir-me como se falasse grosso ao meu oponente: “aqui não, comigo o buraco é mais embaixo”. Mantive-me respeitando a mim mesmo. E ser pisoteado seguidas vezes por uma mulher, por mais bonita e gente boa que ela seja, fará com que eu perca ao menos um pouquinho desse respeito que eu devoto a mim. E olha que a muchacha nem me deu um bolo ou cometeu uma falta lá tão grave. Até onde eu sei o que rolou foi apenas um desencontro: eu queria sair com ela, mas ela estava em outro lugar e por fim, não nos encontramos. Não existe, na verdade um dilema sobre o que fazer. Vou continuar insistindo, até mesmo porque se eu desistisse agora eu também perderia um pouco daquele velho respeito que eu devoto a mim. Mas tudo tem limite, não vou tolerar mais desencontros. O que não faltam por aí são doses de uísque e bocas de mulheres onde eu possa me consolar.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Evite os idiotas

Uma coisa que eu detesto é argumentar contra idiotas. É praticamente nula a possibilidade de uma troca de idéias civilizada quando se discute com algum idiota. E claro, todas as argumentações e discussões são na verdade uma guerra pela razão. As partes envolvidas definem estratégias, jogam até que os argumentos do seu oponente acabem, e aí fica claro para ambos quem saiu vitorioso no embate de palavras, embora não haja necessidade de o perdedor se assumir como tal súbita e publicamente. A cara de bunda e o longo silêncio de quem não esperava por um argumento tão incisivo e direto falam mais alto. No fundo, ele sabe que perdeu e perder sempre é uma bosta, porque depois, se ele não for um idiota, ele com certeza vai ficar pensando no que poderia ter falado para fortalecer o seu ponto de vista, no que poderia ter replicado para desestabilizar o seu oponente, enfim, em muitos meios que fariam com que vencer a discussão fosse possível. Eu diria que vencer a discussão é mais fácil quando se argumenta contra alguém inteligente do que quando se argumenta contra um idiota. Além do idiota não entender muito bem o seu ponto de vista, ele não consegue montar uma base de argumentos sólidos para lançá-los contra você e por isso, na maioria das vezes, ele se apega a uma frase de efeito qualquer e fica repetindo esta até que os seus tímpanos estourem e que a sua paciência se acabe e por fim, você o atinge com uma ofensa pessoal, que é um evidente sinal de derrota em uma discussão. Fora isso, o mundo está repleto de idiotas, portanto ele provavelmente vai arrebanhar outros idiotas para o seu lado e fazer com que fiquem todos repetindo a mesma frase de efeito idiota e fora de contexto que ele já vinha repetindo, fazendo com que a sua raiva cresça exponencialmente e a ofensa pessoal seja dirigida aos berros descontrolados à horda de idiotas que o cerca. Então você sai pisando firme e fazendo gestos obscenos enquanto deixa pra trás asnos sorridentes, extasiados com a sua raiva. Moral da história: evite os idiotas.

terça-feira, agosto 16, 2005

Jean Charles

Baixou a poeira sobre o caso, hora de dar o meu pitaco sobre isso também. Cada nação realmente tem o herói que merece. Jean Charles de Menezes é o brasileiro que morreu em Londres, após a "sábia" decisão de fugir da polícia inglesa em um momento onde todos eram suspeitos. Li Jean Charles foi baleado e morto. Li também que o corpo de Jean Charles foi trazido em um avião da FAB para o Brasil, desfilou em carro de bombeiro e que Jean Charles foi homenageado no carnaval de Londres. Foi tratado como herói. Tudo se lê sobre Jean Charles na mídia nacional, tudo se ouve sobre Jean Charles na mídia nacional, menos que Jean Charles foi o único culpado pelas balas que teve que engolir. Como se fosse normal alguém, vivendo em uma cidade que acaba de sofrer ataques terroristas, recebesse uma ordem policial de parar e saísse correndo pelas ruas. Estão dizendo que mataram um inocente. Eu discordo. Não que eu ache que ele tenha explodido algum daqueles ônibus vermelhos de dois andares que circulam por lá. Mas quando falam que ele era inocente, soa como se ele não tivesse merecido os pipocos que levou. E, ah!, como ele mereceu esses pipocos. Culpado da acusação de ser um dos brasileiros mais burros de todos tempos.

É melhor que ele não saiba

Seria possível montar um enorme esquema de corrupção envolvendo boa parte dos deputados federais para beneficiar o presidente sem que este saiba? Lula é o maior beneficiário do esquema do mensalão, acreditar que ele não sabia ou que não estava envolvido diretamente no esquema não é uma coisa muito inteligente. Acreditar que ele não estava envolvido não é inteligente, eu disse; dizer que ele não estava envolvido é praticamente uma obrigação de todos os cidadãos brasileiros. Na linha sucessória de Lula, temos os seguintes nomes:
  1. José Alencar, o vice maluquinho, do partido do Bispo Rodrigues e do primeiro espertalhão que renunciou ao cargo na câmara após o início da CPI, Valdemar da Costa Neto.
  2. Severino Cavalcanti, um sujeito que não deveria ocupar nem sequer o posto de deputado. Tê-lo como presidente seria péssimo.

Lula não sabia de nada. Ele é inocente, pelo menos até as próximas eleições.

segunda-feira, agosto 15, 2005

Mais uma da série de notícias idiotas

Mais uma da série de notícias idiotas:
Ter amigos pobres traz felicidade, diz pesquisa

Quando pesquisas comportamentais revelam resultados como estes, é hora de pensar que nós precisamos parar com elas.

Algumas considerações do final de semana que passou:

  1. Uísque é realmente muito bom.
  2. Laranja Mecânica é um excelente filme. Genial.
  3. Meu time (Atlético Mineiro) vai cair pra segunda divisão.

Só para não passar em branco, sobre a fulana do post anterior: tentei sair com ela na sexta e no sábado, não consegui. Ainda estou a fim, mas não sei mais quantos bolos e desencontros eu consigo suportar... tenho uma tolerância muito baixa pra essas coisas.

sábado, agosto 06, 2005

Cara certo na hora errada

Eu queria ser o cara errado na hora certa. Este, no mínimo, vive experiências e não fica imaginando como seria se acontecesse. Tudo começou quando ela elogiou o CD que estava tocando no meu carro (Diana Krall – All For You). É claro que eu já tinha reparado que ela era bonita antes, mas elogios aos meus CDs é o meu ponto fraco. Esse simples e despretensioso gesto foi o suficiente para que ela despertasse em mim um interesse bem maior. No carro, fiz perguntas pessoais querendo saber se ela tinha namorado. Não tinha, oficialmente. Mas o “oficialmente” era o único detalhe que faltava no namoro dela. Observei-a durante toda a noite e já no fim sentei-me ao lado dela. Consegui manter-me até o momento em que ela repousou o rosto no meu ombro e eu senti escorregar entre os meus dedos aquele liso cabelo. As palavras dela foram:
“Eu adorei muito, muito mesmo (ênfase no muito mesmo) te conhecer, mas (ah, o maldito “mas”) hoje eu não posso. Gostaria que você tivesse aparecido na minha vida antes”.
Em outras palavras, o cara certo na hora errada. Pode ter sido só uma desculpa, é verdade, mas eu prefiro acreditar. Não sou hipócrita, torço sim para que o projeto de namoro dela fracasse. E tem mais: ela está avisada, não desisti ainda.

sexta-feira, agosto 05, 2005

Dar não é fazer amor

Não sei quem é a moça que escreveu esse texto... só o que posso dizer é que ela sabe das coisas.

Dar não é fazer amor.
Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca....
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom. Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado... Te molha o instinto.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem caras que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para as mais desavisadas, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazia.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: "Que cê acha amor?".
Dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar o suficiente pra nem perceber as catarradas na rua.
Experimente ser amada.

quarta-feira, agosto 03, 2005

Previsibilidade dos Fatos

Quer ver três notícias que não surpreendem mais ninguém no planeta?


Explosão de bomba no Iraque mata 14 marines
Como se não explodisse uma bomba no Iraque todos os dias.

Grupo dissidente anuncia destituição de presidente da Mauritânia
Como se não caísse um presidente de algum país da áfrica todos os dias

Ultraconservador toma posse como presidente do Irã
Como se houvesse a menor possibilidade de os Aiatolás permitirem um presidente liberal.

Legal é ler o jornal na internet e se deparar com coisas que vão além da sua imaginação, como esta. Difícil pra mim imaginar um padre chinês. Aliás, difícil é imaginar qualquer chinês que não seja budista, faixa preta de kung fu e vendedor de artigos falsificados. Estão ocidentalizando demais os pobres chineses. Já é possível caminhar nas ruas de Pequim (ou Beijing?) e ver chineses gordos de tanto comer no Mc Donalds e com uma camisa do Real Madrid. Já não se vê mais tantas bicicletas e nem o tradicional espetinho de morcego sendo saboreado nas ruas. Espero que o povo chinês preserve a sua cultura e mantenha os seus hábitos milenares, como o budismo, o kung fu, a falsificação de produtos ocidentais e o famoso espetinho de barata (não era morcego?).

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