segunda-feira, janeiro 23, 2006

Voltei

Estou de volta. Minha mudança está concluída, meus objetos (boa parte deles) estão em seus devidos lugares e as minhas férias do cargo de blogueiro chegaram ao fim. Depois de um mês na seca (deixei leitores morrendo de saudades, observem nos comentários), volto para afirmar que nesse ano tenho muito assunto. Ano eleitoral, ano de copa do mundo, só pra lembrar alguns dos eventos mais importantes do calendário. Mas, além de esperar que a seleção canarinho traga o hexa, espero sinceramente que 2006 seja lembrado como o ano em que o povo brasileiro enxotou um tipinho inferior do poder público. Espero que Lulla seja derrotado com uma margem memorável de votos. Espero que o PT não administre mais do que uma cozinha pelos próximos 20 anos. Enfim, não posso dizer que o futuro está em nossas mãos porque eu não me incluo no grupo que irá decidir a eleição. A situação é crítica: o futuro está nas mãos do povo. E eu não pertenço ao povo. O povo brasileiro é ignorante porque não teve acesso a educação, ou em muitos casos, por opção mesmo. O povo brasileiro é imediatista, ingênuo e facilmente corruptível. E não dá pra confiar em um povo como esse. Dizer que eu pertenço ao povo brasileiro é absurdo. É não levar em conta todas as horas da minha vida que eu dediquei aos meus estudos, todas as horas da minha vida que eu dediquei a leitura informativa, todo o tempo que eu gastei (que pode-se dizer que eu ganhei) investindo no meu intelecto. Eu não sou povo, eu sou melhor. E pra mim pouco importa se estará no poder no ano que vem um homem do povo ou não. Justamente por querer o bem do povo, quero um homem competente, que saiba o que precisa ser feito e o que precisa ser desfeito. Ser do povo é apenas um detalhe. Não sou hipócrita de ficar aqui dizendo que investi e continuo investindo em mim mesmo para fazer do Brasil um lugar melhor. Fiz isso, em primeiro lugar, por prazer. Gosto de ler, de me manter informado e atualizado, de poder participar de muitos debates com as mais variadas pessoas. Em segundo lugar, fiz isso por mim. Eu quero para mim e para meus filhos um futuro tranquilo, manter a minha condição atual e se possível melhorá-la. Não quero que os meus filhos sejam reflexos do povo. Se eu puder ajudar o país, ótimo: faria isso com prazer. Mas fazer com que o país seja um lugar melhor é a obrigação dos eleitos e eu não tenho, por enquanto, intenção nenhuma de me tornar um. Portanto, 2006 é um ano imprevisível. Espero não ter surpresas desagradáveis como Garotinho no poder. Torço contra Lulla reeleito e contra a Argentina na copa do mundo. E permaneço esperançoso de que dei adeus ao ano velho para ter um feliz ano novo.

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