domingo, julho 31, 2005

Sobre o Orkut

Eu gosto do orkut. Acho que, quando usado para o bem, é uma ferramenta extremamente útil, principalmente para seres ciganos como eu que, por causa de inúmeras mudanças de habitat, acabaram perdendo completamente o contato com pessoas que eram de relativa importância na sua infância/adolescência. Na maioria das vezes é legal encontrar essas pessoas. A grande maioria delas conservou as qualidades que fizeram aflorar a amizade entre vocês e também conservou aqueles defeitos com os quais você acabou se acostumando. Chato é descobrir que aquele sujeito, que estudou com você há uns 10 anos, que era seu amigão, se tornou tudo aquilo que você abomina em um ser humano. E mais chato ainda é perceber que ele ainda acha que pode retomar a amizade entre vocês do ponto em que ela parou. Um dos grandes benefícios do orkut é que se pode observar perfeitamente no que se transformaram (ou no que desejam se transformar) pessoas que fazem (ou faziam) parte do seu passado. Basta dar uma voltinha pelas comunidades: lá você saberá se o seu antigo amigo se transformou em um filósofo comunista comedor de criancinhas, um punk rocker malvadão revoltado com o mundo ou um marombeiro cuja vida gira em torno da academia. Se cada um escolhe o que quer ser da vida, por ser o que sou, eu tenho o direito de escolher com quem eu não quero andar. Talvez seja um preconceito, no fundo de comunistas, punk rockers malvadões e marombeiros podem existir pessoas legais, mas eu ainda assim acho que a companhia desse tipo de gente será muito mais um exercício de paciência do que um retorno aos bons e velhos tempos. É por isso que eu atravesso a rua para evitar cruzar com sujeitos de coturno, moicano, saia escocesa, cara de mau e uma camisa do velho Che. E entrar numa academia, nem pensar.

Se alguém, por um acaso, navegando pelo meu orkut, entrou no meu blog e leu esse texto, não leve a sério. Existe uma enorme possibilidade de não ser você que me motivou a escrever isso.

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