Queria ser cafajeste
Ah! Como eu queria ser um perfeito cafajeste. Daqueles que não está nem aí pro sentimento das mulheres. Não sei o que é, mas toda mulher gosta de um cafa. Mulheres arrastam um bonde por um patife. Vivem reclamando da infidelidade e do pouco caso com que os homens as tratam, mas é só aparecer algum boa-praça, com brilhantina no cabelo, camisa desabotoada mostrando os pêlos do peito adornado por correntes douradas, um ray-ban e um palito de dentes na boca que o mulheril corre atrás do felizardo, rebolando o pandeiro. Infelizmente, eu não sei ser cafajeste. Enxergo nas mulheres um quê de pureza que eu sei que não existe nos tempos de hoje. Não consigo agir como se as mulheres quisessem de mim somente algumas horas de prazer, embora isso esteja bem claro na minha mente. Fico imaginando que as mulheres sempre imaginam o sexo com o cara perfeito no momento perfeito, não gosto de pensar que elas são incapazes de conter os seus desejos de sexo tórrido como nós homens somos. A mulher não deveria nunca (a não ser aquelas que encaram aquilo como profissão) fazer sexo por fazer, sem um pingo de compromisso. Não deveria ter acessos de tesão que duram uma noite apenas. A década de setenta, com a sua filosofia do sexo livre e os fortes movimentos feministas, acabou com a pureza da mulher. E desde então manda o gene da putaria, que antes permanecia adormecido nas mulheres e que hoje é passado das fêmeas daquela época para as suas filhas. Imagine uma jovem, no ano de 1981, com um corte de cabelo exótico, trajando uma roupa saída diretamente do filme
Os Embalos de Sábado a Noite, dando uns malhos em um cafa no banco de trás de um Corcel II. Esta jovem pode muito bem ter sido a sua mãe (veja bem, eu disse a sua mãe, não a minha). E a filha desta jovem segue pelo mesmo caminho, só o que muda é o carro. E no banco de trás desse carro, haverá um cafajeste que não dá a mínima para o que ela pensa. Cafajestes como
Daniel, participante do BBB 6, que conseguiu fazer algo que merece o nosso reconhecimento. Em menos de duas semanas na casa, já arrematou duas participantes, ambas buenas muchachas. Tudo bem que agora as suas chances de ganhar o prêmio oferecido pelo programa são praticamente nulas, mas de hoje em diante, ele será lembrado e respeitado por homens em todos os bares do país. Daqui há pouco tempo, não lembraremos nem o nome dele, mas lembraremos daquele cara que pegou duas mulheres em um máximo de cinco pegáveis, dentro de uma casa onde todos se vêem exaustivamente todos os dias. Tudo isso em menos de duas semanas. Como eu queria ser cafajeste.
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