Como é bom ser homem
Eu admiro as mulheres. Por muitos motivos (alguns bem óbvios), claro, mas principalmente pela trabalheira que elas têm para estarem adequadas aos exigentes padrões estéticos femininos. Elas se machucam fazendo a unha (sempre ouvi mulheres dizendo que as manicures tiravam “bifes” dos seus dedos sem nunca saber o que realmente significava aquilo) e sofrem ao se depilar com um plástico lambuzado com um líquido escaldante que seca na pele, grudando nos pêlos, que são arrancados sem dó. Aliás, é justamente nesses pequenos detalhes que se vê como a sociedade é machista. As mulheres continuam se depilando dessa maneira arcaica e nenhuma grande empresa (Polishop não conta, seus produtos não funcionam) se preocupou em diminuir o sofrimento feminino. E este sofrimento não para por aí. São dezenas de cremes e loções que devem ser usados diariamente em um ritual quase que religioso, cuidado excessivo com o cabelo e, francamente, eu já beijei mulheres com batom e brilho nos lábios para saber que aquela porcaria que deixa os lábios emborrachados incomoda bastante, não importa se vem com gostinho de morango, uva ou maçã. Reconheço que as mulheres sofrem, mas francamente, eu não gostaria de ver um tufo de pêlos debaixo dos braços da minha esposa toda vez que eu fosse abraçá-la, nem acordar nas manhãs de domingo e perceber que existem quatro pernas peludas na cama. Duas já bastam e que sejam as minhas. Tudo bem que maquiagem não é algo tão essencial, mas quando se trata de bigode, só pode haver um: o meu. Posso até estar soando meio machista (a quem eu quero enganar, eu sou mesmo meio machista), mas se tem algo que eu não gosto em mulheres são pêlos. Pêlos são sinal de testosterona e não quero andar por aí com mulheres com mais testosterona do que eu. Faço questão de ser o macho alfa. E eu pensei nisso tudo hoje, quando percebi que a minha barba está me incomodando e que eu preciso fazê-la. Faço a barba umas duas vezes por semana e já acho uma merda, vejam como é. E olha que, diferentemente da indústria da cera quente, a indústria do barbear evoluiu. O posicionamento das três lâminas do gilete que eu uso foi algo arduamente estudado e planejado para deixar o meu barbear macio. Como é bom ser homem.
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