segunda-feira, setembro 19, 2005

Só uma?

Robert Kincaid (do filme As Pontes de Madison) lançou e o coro ganhou corpo na última semana, quando um tio meu e o pai de um amigo afirmaram: o homem só ama de verdade uma mulher na vida. Pra começo de conversa, não sei se eles estão certos ou errados. Até a presente data, conto com vinte e poucos anos de vida e um único namoro frustrado que durou pouco mais de cinco meses. Não tenho experiência o suficiente para defender com unhas e dentes um assunto tão delicado. Mas, mesmo sabendo disso, não me contive e vou dar a minha humilde opinião baseada no mais puro achismo: é possível que eles estejam certos. Acho que a maioria das pessoas não concorda com isso, mas também para isso eu tenho uma explicação: estas pessoas têm a mania de associar, erroneamente, a meu ver, felicidade com amor (é óbvio que eu estou falando do amor de homem pra mulher). Um homem pode sim ser feliz ao lado de qualquer mulher que não seja aquela e até amá-la de muitas outras maneiras, mas os pensamentos mais longínquos e secretos, aqueles que arrancam suspiros sem motivo aparente algum e que nos fazem emudecer por horas durante uma tarde nublada de domingo, esses, eu acredito, são reservados pra apenas uma mulher. Não porque nós homens queiramos isto, oras. Até porque nós não gostamos de nos sentirmos vulneráveis nas mãos de ninguém. E não há como negar essa vulnerabilidade, pois ela está presente nos pequenos detalhes que só quem ama conhece. Detalhes que passam pela taquicardia daquele encontro ocasional no meio do shopping, seguem com uma indecisão quanto o que fazer o que falar (não adianta, um homem nunca está preparado para esse tipo de situação; muito provavelmente, sua voz vai falhar algumas vezes e você, querendo passar um ar de quem não está nem um pouco inseguro e nervoso, vai fazer alguma piadinha de ocasião da qual você vai se arrepender no exato instante em que terminou de falar. Por mais que você meça as suas palavras, você vai falar alguma besteira, não adianta lutar contra isso.) e terminam com um evidente suadouro que começa pela testa, passa pelas axilas e termina nas mãos. As belas palavras de Robert Kincaid foram mais ou menos estas: “I’m gonna say it once, and I’ve never said before, but this kind of certain happens to be only once in a life time”. Não posso dizer se ele está certo. Só posso dizer que torço sinceramente para que ele esteja errado.

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